source: Reuters
Não é com grande surpresa que leio o chumbo do Goldstone report, pela Câmara dos Representantes, mas é com alguma tristeza...
A defesa cega da política israelita por parte dos americanos é incongruente com a política da administração Obama para o Médio Oriente.
Aparentemente as razões da "rejeição" são diferentes: as invocadas pelo governo americano para não endossar o relatório não têm a ver tanto com a substância, mas sobretudo com o efeito suposto daquele, sobre o reatar das negociações de paz; já o voto na Câmara dos Representantes apoia o governo americano na sua posição de não endosso do relatório, em essência, mas fá-lo com base em considerações sobre o conteúdo, tido por parcial.
Não me parece que seja precisa uma leitura extremamente atenta e crítica do relatório para perceber que entre Israel e a Palestina há uma desproporção de meios e de poder, de força militar, até de apoios!
Aparentemente as razões da "rejeição" são diferentes: as invocadas pelo governo americano para não endossar o relatório não têm a ver tanto com a substância, mas sobretudo com o efeito suposto daquele, sobre o reatar das negociações de paz; já o voto na Câmara dos Representantes apoia o governo americano na sua posição de não endosso do relatório, em essência, mas fá-lo com base em considerações sobre o conteúdo, tido por parcial.
Não me parece que seja precisa uma leitura extremamente atenta e crítica do relatório para perceber que entre Israel e a Palestina há uma desproporção de meios e de poder, de força militar, até de apoios!
Analisando os factos tout court - que são de conhecimento público - como podem susbsitir dúvidas sobre os papéis desempenhados por Israel e pela Palestina?
O que acontecerá agora?
Na Assembleia Geral da ONU (AG) o endossar do relatório - uma proposta de resolução das Nações Unidas - vai ter apoio esmagador. A dúvida está em se esse apoio - além da vertente moral (que é bastante importante) - terá algum efeito prático porque, por ex., para poder servir de "indício" e motivo de abertura de processo de investigação para o Tribunal Penal Internacional é precisa a aprovação do Conselho de Segurança, onde nunca "passará" porque é certo que os Estados Unidos o vetarão.
Os Estados Unidos já afirmaram que não endossavam o Goldstone Report e agora têm uma resolução da Câmara dos Representantes a dizer que mantenham essa posição, o que significa que se chegassem a submeter o relatório ao CS - é pouco provável que o façam, uma vez que na maioria dos casos o anúncio do veto tem um efeito dissuasor (a última vez que se procurou forçar um veto foi em relação ao Iraque, mas não chegou a ser necessário o veto de França porque a maioria do CS chumbou a resolução, mesmo sem o veto francês) - os Estados Unidos usariam o direito de veto.
O endosso é seguro, Israel está numa minoria esmagadora na AG, porém é de esperar que os europeus se abstenham...ou não votem sequer, que, pura e simplesmente, não tomem posição. Se assim for, é lamentável. Não tomar posição na questão do Médio Oriente mais do que se submeter à posição americana é, na minha opinião, ceder à chantagem de Israel.
Na Assembleia Geral da ONU (AG) o endossar do relatório - uma proposta de resolução das Nações Unidas - vai ter apoio esmagador. A dúvida está em se esse apoio - além da vertente moral (que é bastante importante) - terá algum efeito prático porque, por ex., para poder servir de "indício" e motivo de abertura de processo de investigação para o Tribunal Penal Internacional é precisa a aprovação do Conselho de Segurança, onde nunca "passará" porque é certo que os Estados Unidos o vetarão.
Os Estados Unidos já afirmaram que não endossavam o Goldstone Report e agora têm uma resolução da Câmara dos Representantes a dizer que mantenham essa posição, o que significa que se chegassem a submeter o relatório ao CS - é pouco provável que o façam, uma vez que na maioria dos casos o anúncio do veto tem um efeito dissuasor (a última vez que se procurou forçar um veto foi em relação ao Iraque, mas não chegou a ser necessário o veto de França porque a maioria do CS chumbou a resolução, mesmo sem o veto francês) - os Estados Unidos usariam o direito de veto.
O endosso é seguro, Israel está numa minoria esmagadora na AG, porém é de esperar que os europeus se abstenham...ou não votem sequer, que, pura e simplesmente, não tomem posição. Se assim for, é lamentável. Não tomar posição na questão do Médio Oriente mais do que se submeter à posição americana é, na minha opinião, ceder à chantagem de Israel.
Goldstone report @
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