3 February 2010

Racismo, Cuba

Quando pensamos em Cuba não pensamos, fundamentalmente, em 'racismo'. 
Esteban Morales (investigador) afirma "Even in Cuba today, being poor and white is not the same as being poor and black.". 
De acordo com estudos realizados, "more than 60 per cent of Cuba's population of 11.2 million people is not white [but instead either black or of mixed race]" - afirma.
Na entrevista que dá à Aljazeera ['Race still an issue in Cuba']debate alguns pontos, como seja o das medidas a tomar para que o assunto seja considerado pelo poder e acções positivas sejam encetadas por forma a discriminar positivamente os 'não brancos'.
A pobreza sem dúvida é um problema - que não é, de forma alguma, exclusivo a Cuba - do conhecimento de todos, porém o racismo entre pobres não sei se será um dado adquirido pela generalidade das pessoas.
Muitos dizem que quando se fala em racismo, mesmo na vertente de o combater está-se a ser, implicitamente, racista...discordo, discutir uma questão não equivale a praticar o que se aborda.
Poderíamos discutir aqui o próprio conceito, como o fez Celso Lafer, e veríamos que é extremamente polémico. A própria definição de raça e a sua discussão é melindrosa e Celso Lafer nega a sua 'existência' - pode ler-se um breve resumo do parecer que deu ao STF @ O STF e o racismo: o caso Ellwanger. Brilhantemente afirma "(...) Com efeito, os judeus não são uma raça. Mas não são igualmente uma raça os brancos, os negros, os mulatos, os índios, os ciganos, os árabes e nenhum outro integrante da espécie humana." «Nas palavras da ementa do acórdão, da qual foi relator o ministro Maurício Corrêa, cuja lúcida atuação neste caso foi decisiva: "Com a definição e o mapeamento do genoma humano, cientificamente não existem distinções entre os homens, seja pela segmentação da pele, formato dos olhos, altura, pêlos ou por quaisquer outras características físicas, visto que todos se qualificam como espécie humana. Não há diferenças biológicas entre os seres humanos. Na essência são todos iguais."» Todavia, tal não impede que os seres humanos sejam vítimas da prática de racismo, como se verifica na generalidade dos países e, no caso que trago, em Cuba. 

Pergunto: como combater o racismo?

1 comment:

Anonymous said...

Uma das formas de o combater é justamente o que estás a fazer, falar sobre ele, alertar para a sua existência e para a sua irracionalidade.

E a citação do caso Ellwanger é realmente perfeita.

Mad.