Defino-me apolítica, irrita-me discutir por política! Há coisas que as pessoas não sabem discutir, há sempre zanga! Ainda assim e porque a todos nós respeita importa pelo menos ter uma noção do que se passa. Apercebo-me que sei muito pouco!!
Do que dei conta, foi uma campanha seguida de eleições fervorosas, mas as autárquicas não foram menos polémicas e mexidas do que as legislativas...com direito a homicídio e tudo!!
Algumas vitórias até poderão ser questionáveis...mas das duas uma: ou as pessoas sabem o que querem e votam nesse sentido, ou estão mal informadas! De uma maneira ou de outra, diria que o problema está sempre nas pessoas: que querem "mal" (para outros será bem...) ou não se informam. Eu caí na segunda...os meus pais ficaram revoltados com dois dos meus votos, com alguma razão, constato...não toda, apenas com alguma...!
Eis a última hora das eleições:
«É a eleição sem vitórias exclusivas. O PSD tem mais câmaras, mas o PS tem mais votos e mais mandatos. O PCP continua com expressão autárquica.
Embora o PSD permaneça o partido com maior número de presidências de câmara - 140 - e, portanto, continue líder da Associação Nacional de Municípios Portugueses, o PS é o vencedor político das eleições autárquicas: subiu em número de presidências de câmara de 110 para 131 e obteve a maior percentagem de votos, com 37,67 pontos, atingindo mais de dois milhões de votos.
Além disso, o resultado dos socialistas é engrandecido pela manutenção da capital, Lisboa, e de cidades como Évora. E também pelo aumento do número de capitais de distrito: em Leiria elege Raul de Castro contra Isabel Damasceno do PSD e em Beja os socialistas elegem Jorge Pulido Valente, numa câmara que era do PCP desde o 25 de Abril.
Nas capitais de distrito, o PS tem, contudo, uma derrota importante: perde Faro para o PSD. Mas conquista ao PSD cidades como Barcelos, Figueira da Foz e Tavira.
O PSD obteve 22,91 por cento dos votos nas candidaturas em que se apresentou sozinho às urnas e ainda mais 15,04 por cento nas coligações que fez com o CDS, contra 28,27 por cento dos votos sozinho e 10,28 por cento em coligações há quatro anos.
Em número de presidências, o PSD desce de 157 câmaras municipais para 140, mas mantém câmaras importantes como o Porto, onde Rui Rio foi reeleito com maioria absoluta, Sintra, onde Fernando Seara se mantém nos paços do concelho pela terceira vez, Gaia com Luís Filipe Menezes a manter a maioria absoluta e Coimbra com Carlos Encarnação a resistir à erosão eleitoral provocada pela candidatura independente do seu antigo número dois, Pina Prata.
O PSD consegue, ainda, conquistar uma capital de distrito emblemática dos socialistas - Faro -, onde Macário Correia ultrapassou nas urnas José Apolinário. Ainda que perca uma cidade emblemática como Leiria.
PCP perde Beja
O PCP desceu de 32 câmaras há quatro anos para 28 agora, e de uma percentagem de 10,94 por cento dos votos para 9,77 por cento. Ao nível de câmaras, a derrota mais simbólica do PCP foi a perda de Beja, a que os comunistas presidiam desde as primeiras autárquicas da democracia, em 1976, perdendo ainda a maioria na Câmara de Aljustrel e em cidades como Marinha Grande e Sines, aqui para um movimento de independentes que eram ex-autarcas da CDU. Os comunistas mantêm centros importantes como Setúbal, Almada, Barreiro e Palmela, na margem sul do Tejo, recuperando câmaras como Alpiarça, Alvito e Crato, que entretanto tinham perdido para os socialistas.
CDS e BE insignificantes
Já o CDS mantém o perfil de partido sem grande implantação autárquica, que foi, aliás, perdendo ao longo das últimas décadas. O facto de ter concorrido em coligação com o PSD em inúmeros concelhos dificulta leituras nacionais de votos do CDS. Mas o que é facto é que, nos locais em que concorre sozinho, o CDS tem 3,09 por cento contra 3,07 por cento há quatro anos - ou seja, praticamente o mesmo. O CDS manteve a sua única câmara, Ponte de Lima, agora presidida por Vítor Alves Mendes, em substituição de Daniel Campelo.
O Bloco de Esquerda manteve a sua única câmara, em Salvaterra de Magos, presidida por Ana Ribeiro. E não conseguiu eleger Luís Fazenda como vereador em Lisboa. Tendo obtido 3,02 por cento dos votos a nível nacional contra os 2,9 por cento dos votos.
Quanto a presidentes de câmara eleitos em listas de cidadãos sem partido, foi a vez de Amares, Alandroal, Sines, Estremoz e do Redondo, no Alentejo, elegerem os seus representantes de movimentos de independentes.
Mas também de Oeiras e de Gondomar, onde os agora independentes Isaltino Morais e Valentim Loureiro foram reeleitos. Relembre-se que Isaltino foi condenado em tribunal por corrupção passiva, abuso de poder, branqueamento de capitais e fraude fiscal, mas aguarda a resposta ao seu recurso para tribunal superior, pelo que a sentença ainda não transitou em julgado, podendo, contudo, vir a perder o mandato para o qual agora foi eleito.
Saliente-se ainda que Fátima Felgueiras, que também teve problemas com a justiça, tendo sido condenada por peculato e abuso de poder, perdeu a Câmara de Felgueiras. Também Avelino Ferreira Torres, que foi igualmente condenado em tribunal por peculato e abuso de poder, não conseguiu ganhar a sua recandidatura à Câmara do Marco de Canaveses.
Quanto à abstenção, ela atingiu nestas eleições os 41,7 por cento dos eleitores recenseados, ligeiramente acima dos números de 2005. Votaram ontem 5,528 milhões de eleitores.»
Source: Público @ http://jornal.publico.clix.pt/noticia/12-10-2009/psd-ganha-por-nove-camarasmas-ps-ganha-em-votos-17988913.htm
Also:
«Both the governing Socialists and opposition Social Democrats are claiming victory following the Portuguese municipal elections.
The Socialists have a five percentage point advantage in terms of votes, but have won four fewer town halls, although they have retained control of the jewel in the crown, Lisbon.
In fact the PS has won more votes than four years ago, and its share of the vote is marginally up on its general election score of two weeks ago.
The Social Democrats control most of the regional capitals.
They include the country’s second city Porto, where the PSDretains power with an absolute majority. Parties like the Communist-Green alliance and the far left which did well in the general election lost ground, and turnout was also slightly down on 2005, at just 59 percent.
Copyright © 2009 euronews»
Source: Euronews @ http://www.euronews.net/2009/10/12/everyone-wins-in-portuguese-municipals/
3 comments:
Compartilho, sem sombra de dúvida, a tua opinião quanto a política e a sua discussão. Confesso-me um pouco ignorante no que toca ao rodopio (acompanhado muitas da vezes pela musica do "vira") que compõe a nossa política nacional.
Posto isto, penso ser importante referir que poucos são os que votam com um sentido de estratégia militante ou represália nacional nas eleições autárquicas. Este é, no meu entendimento, um voto muito pessoal...é a cruzinha aposta no partido "da terra" ou naquele moço simpático!! Relacionado com este sentimento tão pessoal é possível reparar que a abstenção apresenta um comportamento interessante pois a sua maior incidência ocorre no acto eleitoral considerado mais distante ou seja, nas eleições europeias, sendo que nas autárquicas existe um diferente desfile no qual juntamente com o normal programa de domingo familiar existe uma “ida às urnas”.
Não obstante gosto sempre, depois de analisados os números, ver as reacções partidárias (e não só) ao sucedido. Apresentou-se uma que me deixou a pensar por aquilo que, de momento, apenas consigo apelidar de um "idealismo da família perfeita" - falo da reacção de Manuela Ferreira Leite, que vem a público apresentar-se como a "grande vencedora" destas eleições, numa ideia maioritariamente aritmética, quando todos sabemos que fechadas as portas da sua sede, se roem unhas e se atiram palavrões ao ar pela perda de tantas e importantes freguesias (Leiria e Ourém por exemplo)...e pior meus caros...a aproximação do PS (ainda que coligado)! Encontramo-nos portanto perante a família portuguesa que passa fome e horrores mas que no dia de ir à missa usa a sua melhor roupa, põe o seu melhor sorriso e vai à igreja só para no final bater aos dentes com a vizinha do lado a dizer que "vida lhe corre bem"!
Questiono-me muita vez relativamente à dificuldade dos políticos portugueses em admitir uma derrota ou como se lhes engasga a meio a apresentação de um resultado menos positivo, há sempre que dourar a pílula...irrita-me este atestado de estupidez que passam a quem os ouve e ainda entende os números que lhe são apresentados. Sim mantiveram-se como o partido com maior poder local, mantêm a presidência da ANMP e da Anafre, mas o resultado não foi de modo algum brilhante. O único partido que me pareceu ter admitido a sua derrota foi o BE, talvez alvo de uma reconhecida falta de expressão autárquica a nível nacional, questão que a meu ver não os fez perder a face perante os seus apoiantes...
No que respeita às autárquicas e ao 'rodopio' confesso-me também ignorante chegando mesmo ter votado sem saber concretamente em quem estava a votar...parece que as mais das vezes basta votar contra 'x' e sim, ainda que para mim não o seja, é um voto pessoal, a maioria das pessoas votará numa pessoa ou contra determinada pessoa. Quanto à comparação feita com as eleições europeias julgo haver um desinteresse descomunal a que se alia uma valente dose de ignorância. Os 'candidatos' e suas campanhas terão a sua dose culpa...
Se aquele (eleitor) que não quer saber ou que não percebe o que se lhe diz é 'culpado' aquele que não aguça o apetite da plateia e/ou que não explica por forma a que todos percebam também tem muito que se lhe diga...
Não é estranho que não admitam a derrota, que - além de se julgarem todos vencedores - falem sobretudo da derrota do'outro', considerando que em plena campanha eleitoral não apontam os seus 'prós', limitando-se a feroz e, por vezes, vergonhosamente, apontar os 'contras' do 'outro'.
E isto é política? Admiram-se que me considere apolítica?
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